Pessoas que nos fazem acreditar na humanidade
- Monica Kulcsar
- 5 de dez. de 2022
- 3 min de leitura

Tenho uma amiga e funcionária que, em agosto de 2009, descobriu um câncer de osso no fêmur (osteossarcoma) já avançado, com aproximadamente 14 cm. Como ela é uma pessoa superalegre, cheia de vida e de energia e muito querida, a notícia do câncer chocou a todos: familiares, amigos, alunos (ela é uma excelente professora de Ciências). Seu nome? Adeliane.
Junto com o choque e o baque inicial veio o desespero, o medo da morte, a insegurança, os questionamentos, as dúvidas. Assim que ela soube do diagnóstico, procurou um oncologista (dr. Paulo Eduardo de Souza) que informou-a da necessidade de consultar um especialista em ossos e, gentilmente a encaminhou ao dr. Fábio Eloi (ortopedista, oncologista e traumatologista da Beneplan, o plano de saúde que ela possui). A pedido do dr. Paulo, o dr. Fábio a atendeu no mesmo dia, já tarde da noite, e lhe esclareceu as dúvidas iniciais. Realmente o diagnóstico era sombrio e o prognóstico também.
Após esses primeiros contatos e por influência de familiares e amigos, ela buscou outras opniões em Jaú e em São Paulo. Iniciou o tratamento de quimioterapia e foi em busca dessas “outras opiniões”. Nesta fase, surgiu uma ajuda inesperada e desinteressada vinda do sr. Marcos, da Plasútil, que mesmo sem conhecê-la ajudou prontamente. Então pudemos conhecer um pouco da bondade do sr. Marcos e como ele pratica verdadeiramente o cristianismo para com todos que cruzam seu caminho (funcionários, amigos e até pessoas desconhecidas como era o caso dessa minha amiga). Através do sr. Marcos tivemos a primeira oportunidade de acreditar na humanidade, mesmo face a tantos problemas causados pela falta de amor e compreensão.
Após algumas desilusões em São Paulo, principalmente depois que os médicos eram informados que ela não poderia arcar financeiramente com as despesas do tratamento e precisaria ser encaminhada ao serviço público, ela decidiu procurar novamente o dr. Fábio (as “opiniões” dos outros médicos não divergiam).
Nesta fase, imperava uma desilusão muito grande: “Meu caso está perdido; vou morrer; ninguém se interessa pela minha cura; a minha vida não tem valor, não importa a ninguém...”. Mas, apesar da desilusão e do medo, ela nunca perdeu a fé em Deus e a vontade de viver (principalmente por causa de seu marido e de seu filho).
Todos os médicos até etão consultados eram categóricos: o tumor precisava ser retirado, a perna seria amputada (apenas 5% de chance de não ser) e o risco de morte era muito grande. O dr. Fábio Eloi também fazia tais afirmações (providenciou autorização para amputação, documentos de ciência da gravidade do caso, etc), mas abraçou o caso com uma dedicação ímpar, um esforço enorme, uma vontade de modificar as estastísticas. Ele realizou a cirurgia no dia 12/02: foram 8 horas de muito trabalho, dificuldades, possibilidades de desistência e muita perseverança. Resultado: a remoção de um tumor de 29 cm muito infiltrado e, preservação da perna com a colocação de próteses e fios, que permitem a retomada da vida normal: o andar, o colocar o pé no chão, o dobrar a perna...
O empenho desse notável médico nos faz renovar nossa crença na humanidade, acreditar que a medicina realmente serve à saúde e à vida das pessoas e não só ao dinheiro, nos faz lembrar que um bom médico é aquele que sempre ouve os seus pacientes, às vezes com os ouvidos, sempre com o coração. Obrigada dr. Fábio Eloi. A luta da minha amiga continua e a sua postura profissional, doutor, só lhe aumenta a fé e lhe dá segurança.
Mara Adriana Zuim Garcia



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